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Cachoeira Paulista, São Paulo, Brazil
Sou mais um violeiro que tenta divulgar este instrumento e este universo maravilhoso que é o universo caipira, com sua gente simples e causos maravilhosos

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sábado, 21 de janeiro de 2012

Fisco da viola e o Capeta

   Eu estava voltando de um arrasta pé, lá pros lados do Batedor em Cruzeiro interior de de São Paulo, era noite de lua cheia eu ia andando descendo a serra a caminho do ponto de ônibus, eu tinha tocado a noite toda com meus companheiro e já era bem tarde, tinha dado graças a Deus e a são Gonçalo porque minha violinha não tinha falhado e nem arrebentado as cordas, e olha que ela estava afinada em cebolão em Mi.
 No meio do caminho eu senti um forte cheiro de enxofre e os grilos e sapos ficaram em silêncio, eu achei muito esquisito, me benzi e continuei andando, derrepente saiu do meio da mata um sujeito garboso todo de preto com uma viola preta e nos trastes tinha o desenho de labaredas de fogo, eu nunca tinha visto aquele violeiro naquelas bandas e ele veio logo falando comigo:
 Boa noite Fisco da viola, eu sou o capeta e vim aqui para lhe fazer uma proposta.
Eu pensei , danou se se ele quiser fazer duelo comigo eu to frito pois eu não só tão ligeiro assim, mas escondendo o medo eu perguntei:
  Pois o capeta me diga qual é a proposta.
 Bom, eu sei que o senhor... eu interrompi e falei: senhor tá lá no céu, pra que, ele deu um urro o chão avermelhou ele soltou fogo pelas ventas e respondeu: pare já com isso eu não me dou bem com essas coisas não, e continuou com a proposta:
 Eu sei que alem de violeiro tu es fazedor de viola e esta vilinha foi o senhor que fez não é ?
Eu com a minha mania falei de novo: senhor tá no céu, ele ficou bravo e disse que não tolerava falar naqueles assuntos então eu esperei a fumaça e o fogareu das ventas dele acalmar e perguntei:
 Então pois o capeta me fale o que quer que eu já estou com pressa, falei desse jeito pra ele pensar que eu não estava com medo, mas por dentro só eu e minha cueca que sabíamos a situação.
 Então o cramulhão fez a proposta:
 Eu tocarei esta viola que você fez, se ela aguentar sem nem ao menos arrebentar as cordas eu o tornarei um violeiro rico e famoso caso contrario o senhor vem comigo.
 Eu de novo com a minha mania que quase me custou as calças, senhor tá lá no céu, de novo só que com mais intensidade o capeta urrava, rodopiava, soltava fogo pelas ventas e gritando falou: Pare, eu já estou ficando nervoso, eu já disse que não tolero essas coisas, vai topar ou não?
 Eu perguntei: e se eu não topar?
 Ele me falou : Eu te levo mesmo assim.
Ai eu vi literalmente minha viola em caco, não tinha jeito, ele ia tocar minha violinha e não ia sobrar nem um cavaco pra contar a estoria e eu ia acabar nos quinto dos infernos, eu resando pra são Gonçalo passei minha viola pro capeta ele agarrou ela com uma força e eu pensei, danou-se, quando ele riscou a viola eu vi que ela estava desafinada então perguntei pro capeta:
 Ela tá meio desafinada quer que eu afine ela pro SENHOR.
 Ele já se apossando da minha mania respondeu automaticamente: SENHOR TÁ LÁ NO CÉU.
Nessa mesma hora o chão se abriu houve um tremendo tremor de terra saia fogo do chão o capeta pulava urrava e aos poucos foi sendo arrastado para o buraco no chão, hove uma tremenda explosão, minha violinha voou alto e eu desmaiei, quando acordei eu estava no ponto de ônibus nem sei como, minha violinha estava intacta, quando olhei no fundo dela estava escrito "SENHOR TÁ LÁ NO CÉU OLHANDO PORVOCÊ", eu acho que isto foi obra de são Gonçalo e também graças a minha mania.

"Eita!!!"

    Geraldo era um senhor que sofria de uma doença grave e vendo que não ia resistir por muito tempo chamou sua esposa na beira da cama e começou a falar:
Maria minha muié, estou vendo que meus dia já tão se acabano, a porteira da minha vida já tá quase batendo no moerão.
 Maria responde com carinho:
 Que é isso Gerardo, ocê tem muita lenha prá queimá ainda.
 Não muié, isso é serio, eu queria pedir um favô procê, quando eu parti, queria que ocê juntasse suas traia com o meu cumpadre Zé, ele vai cuida docê...
 Maria olha para seu marido com os olhos cheios de lágrimas e fala com a voz embargada...
 Ô meu véio, mais eu já tava de zóio no Tonho...
                                                                             "Eita!!!"   

terça-feira, 16 de agosto de 2011

GANANCIA, VERGONHA

O Brasil tem a capacidade de produzir alimentos orgânicos para toda a população, não o faz devido a empecilios politicos, económicos e por ai vai, até chegar ao cumulo de uma tal politica dizer que pobre tem que comer alimentos com agrotóxicos porque é mais barato, só por Deus mesmo, vejam este link.
http://www.viomundo.com.br/denuncias/katia-abreu-pobres-tem-que-comer-comida-com-agrotoxicos-sim.html

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Outro Pai nosso que todos também deveriam rezar e refletir

SENHOR, perdoa-me se não rezo a oração que teu filho nos ensinou, pois julgo-me indigno de tão bela mensagem. Refleti sobre esta oração e cheguei às seguintes conclusões:

Para dizer o PAI NOSSO, antes devo considerar todos os homens, independentemente de sua cor, raça, religião, posição social ou política, como meus irmãos, pois eles também são teus filhos; devo amar e proteger a natureza e os animais, pois se tu és meu pai, também és meu criador, e quem criou a mim, também criou a natureza.

Para dizer QUE ESTAIS NO CÉU, devo antes fazer uma profunda análise em minha consciência, procurando lembrar-me de quantas vezes te julguei como um celestial pai, pois, na realidade, sempre vivi me preocupando com coisas materiais.

Para dizer SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME, devo antes verificar se não cometi sortilégios ao adorar outros deuses até acima de ti.

Para dizer VENHA À NÓS O VOSSO REINO, devo antes examinar minha consciência e procurar saber se não digo isto apenas por egoísmo, querendo de ti tudo, sem nada dar em troca.

Para dizer SEJA FEITA A VOSSA VONTADE, devo antes buscar meu verdadeiro Ser e deixar de ser um falso Cristão, pois a tua vontade é a união fraternal de todos os seres que criaste.

Para dizer ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU, devo antes deixar de ser mundano e me livrar dos desenfreados prazeres, das orgias, do orgulho e do egoísmo.

Para dizer O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE, devo antes repartir o pão que me destes com os meus irmãos mais carentes e necessitados, pois é dando que se recebe; é amando que se é amado.

Para dizer PERDOAI AS NOSSAS OFENSAS, ASSIM COMO TEMOS PERDOADO À QUEM NOS TEM OFENDIDO, devo antes verificar se alguma vez tornei a estender a minha mão aquele que me traiu; se alimentei àquele que me tirou o pão; se dei esperanças e acalentei àquele que me fez chorar; pois só assim terei perdoado àquele que me ofendeu.

Para dizer E NÃO NOS DEIXAI CAIR EM TENTAÇÃO, MAS LIVRA-NOS DO MAL, devo antes deixar limpo o foco de meus pensamentos; amparar a mão estendida; socorrer o pedido de aflição; alimentar a boca faminta; iluminar os cegos e amparar os aleijados, ajudando a construção de um mundo melhor.

E final mente, para dizer AMÉM, deverei fazer tudo isso agradecendo ao meu Criador, cada segundo de minha vida, como a maior dádiva que poderia receber. No entanto Senhor, embora procure assim proceder, ainda não me julgo suficientemente forte, no intuito de tudo isto te prometer e cumprir. Perdoa-me, Senhor meu Pai, porém minha perfeição a tanto ainda não chegou.


Autor ( Desconhecido )


sábado, 11 de junho de 2011

Um boi chamado BRASIL


             Tinha uma fazenda muito bonita chamada Planeta, nessa fazenda nasceu um boi muito bonito e forte chamado Brasil, nos seus primeiros anos de vida ele crescia viçoso todos o admiravam, mas o Brasil tinha um problema, desde pequeno ele começou a ser infestado pelos carrapatos; No começo eram uns carrapatos de fora, mas ele foi crescendo e os carrapatos já nasciam nele mesmo, contudo a infestação o Brasil continuava forte pois ele era grande os carrapatos chupavam seu sangue sem dó nem piedade, entrava carrapato, saia carrapato as vezes o Brasil dava uma baqueada mas ele era forte e logo aprumava, pois sangue ele tinha de sobra e os carrapatos sabiam disso. Tinha vez que se via carrapato brigando por uma parte mais suculenta do Brasil mas eles chegavam num acordo e tudo estava bem. Hoje o Brasil continua infestado pelos carrapatos e por mais alguns tipos de parasitas criados pelos próprios carrapatos, tem carrapato até nos cascos e chifres, não sei por que mas quem tenta tirar os carrapatos do Brasil sempre se da mau, não sei, deve ser a febre maculosa.
    Não sei até quando o Brasil vai resistir, até quando vai haver sangue para ser sugado pelos carrapatos, quem sabe aparece alguém JUSTO E PERFEITO para banhar o Brasil e livrar ele para sempre dos carrapatos. Enquanto isso o Brasil vai continuar pastando por ai para sustentar esta corja de carrapatos.
                  ESSE É O MEU BRASIL

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Quem tudo quer tudo perde

Tenório era um violeiro dos "bão" mas não estava satisfeito e queria ser o melhor, como ia tocar em uma festa queria fazer bonito, então foi procurar um velho violeiro que antigamente era o melhor, e o povo falava que ele tinha feito um acordo com o "tar" , o coisa ruim, ele teve fama e agora só estava esperando o coisa ruim vir buscar sua alma. Tenório não se importava com o perigo ele queria mesmo era ter fama e muito dinheiro.
Tenório encontrou o velho violeiro e foi logo perguntando...
- Bom dia meu velho violeiro, eu sei que o senhor e o melhor violeiro que já teve por aqui, o senhor tem algum segredo para eu poder tocar muito bem minha viola?
O violeiro olhou bem para o Tenório, coçou o bigode e respondeu...
- Seu moço, o segredo que vou lhe contar não é dificultoso não, só necessita de empenho.
Tenório respondeu...
- Pode falar velho, eu faço de tudo que para tocar bem.
O velho foi dizendo e Tenório anotando tudo...
- Você pega sua viola, toda vez que chegar em casa reserve algumas horas para poder treinar e vai ver, não vai ter violeiro que te derrote.
Tenório olhou com cara assustada e retrucou.
- Não, eu quero coisa mais rápida, tipo acordo entendeu, com o "tar", o senhor está me entendendo?
O velho violeiro então foi falando.
- Seu moço coisa que vem fácil nessa vida vai fácil, quem tudo quer tudo perde, mais vou lhe ensinar. O senhor vai até uma igreja abandonada, procura um buraco na parede e enfia a mão direita nele, e reza pro "tar", você vai sentir todos os ossos de sua mão ser quebrados, vai sentir uma dor desumana e não vai conseguir tirar a mão do buraco, quando conseguir é só pegar sua viola e sair tocando.
Tenório saiu correndo e parou na primeira igreja abandonada que encontrou, achou um buraco e foi logo enfiando a mão, antes que rezasse para o "coisa ruim" sentiu uma dor terrível em sua mão, apesar de tudo ele estava satisfeito, quando tentou tirar a mão não conseguiu ele foi ficando nervoso e chegou a arrebentar a parede, quando ele olhou para a mão ela estava parecendo um pão, foi ai que ele viu que tinha enfiado a mão em um buraco cheio de abelhas. Tenório não pode tocar na festa e desde então nunca mais tocou viola como antes, se tivesse ouvido o velho violeiro certamente seria um dos melhores violeiros da região, quem tudo quer tudo perde.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Passenssa di caipira tem limite

                   Zé da grota era um caipira simples que morava no meio da serra da mantiqueira junto com sua mulher e seus dez bacurinhos, aos sábados ele pegava o seu cavalinho Saúde, que de saúde só o nome, e ia na venda do seu Caetano, um homem gozador que tinha acabado de chegar da cidade e comprado a venda do seu Quinzinho. Zé da grota amarrou seu cavalinho na porta da venda e foi logo pedindo:
                   - Seu Caetano por favor eu queria cem grama di arpiste pa modi meus passarin cumê e...
Antes que ele continuasse seu Caetano interrompeu dizendo:
                    - Pera lá seu Zé, pra eu te vender alpiste o senhor tem que trazer seus passarinhos aqui pra me provar que tem passarinho certo, ai eu te vendo.
 Zé da grota não entendeu nada, mas mesmo assim foi pegar os passarinhos. Voltando na venda seu Caetano vendeu o alpiste a perguntou:
                     - Mais alguma coisa seu Zé?
Seu Zé já desconfiado foi pedindo:
                     - Eu queria um cadinho de minduim e farim de mandioca pa modi faze uma paçoca e...
seu Caetano interrompeu de novo dizendo:
                     - Pera ai pera ai seu Zé pra eu te vender isso o senhor vai ter que trazer aqui o seu pilão certo?
Seu Zé da grota veio arrastando o pilão e colocou na frente do seu Caetano e falou:
                      - Tá ai o pilão
Foi assim a manhã toda, trazer a galinha pra poder vender o milho, a Mariazinha pra vender uma fita, o Joãozinho pra vender uma butininha. Seu Caetano gargalhava quando seu Zé da grota ia buscar alguma coisa, foi ai que seu Zé da grota entrou na venda com uma caixa de sapato e falou para o seu Caetano:
                       - Seu Caetano, infia as mão na caixa.
Seu Caetano recusou dizendo:
                        - Eu não, vai que tem uma cobra ai !!!
Seu Zé da grota garantiu que não e seu Caetano enfiou a mão e parou de rir na hora, então seu Zé da grota deu uma puxada no seu cigarrinho de palha, cuspiu no chão e disse:
                        - Agora o sinhô me vê purfavô cinco rolo de paper higiênico...
É paciência de caipira tem limite sô.

terça-feira, 15 de março de 2011

Casa do violeiro em Cachoeira Paulista

  
Tome moda...

Casinha simples pra receber os amigos

                                      
Meu irmão serginho sempre de pé e a ordem
Ótimo violeiro
Dona Ruth Guimarães apreciando as modas

Meu amigo Membro da academia cachoeirense de
letras ( ACLA ) Jurandir Rodrigues, ótimo poeta

domingo, 13 de março de 2011

Causo do bisorrão chifrudo

      Rubão era um violeiro mais ou menos, para as festas nos arraia quebrava o galho, apesar de não ser um eximio violeiro ele era chamado pra tocar nas festas da região. Certo dia após tocar em uma festa até a madrugada, ele foi convidado a posar na casa do coronel Tenório, homem muito bom e muito religioso.
      Rubão lavou os pés, tomou um copo de leite com farinha de milho colocou a sua violinha com cuidado numa cadeira na cozinha fez suas orações inclusive pra são Gonçalo e foi se deitar. Altas horas da madrugada um bisorrão daqueles chifrudo resolveu entrar dentro da violinha do Rubão, conforme ele ia andando nas cordas ia enrroscando os chifrinhos nelas e ia sem querer tocando a violinha. Dona Mariquinha esposa do coronel levantou para fumar um paieiro e escutou aquele toque na cozinha, viu o Rubão roncando na rade e a viola soltando som na cozinha, como dizem que viola de violeiro que faz pacto com o coisa ruim toca sozinha, dona Mariquinha soutou um "valei me Nossa Senhora da Aparecida" e jogou um balde de água benta no Rubão e falou - Credo em cruz violeiro do capeta não entra mais em minha casa . Coronel Tenorio saiu dando tiro e rezando um creio em Deus pai, Rubão saiu correndo arrebentano mourão e cerca pelo caminho e depois disso nunca mais Rubão guardou sua violinha sem capa e apesar de não tocar muito bem pegou a fama de ter feito o tal acordo com o cramulhão.