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Cachoeira Paulista, São Paulo, Brazil
Sou mais um violeiro que tenta divulgar este instrumento e este universo maravilhoso que é o universo caipira, com sua gente simples e causos maravilhosos

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quinta-feira, 24 de março de 2011

Passenssa di caipira tem limite

                   Zé da grota era um caipira simples que morava no meio da serra da mantiqueira junto com sua mulher e seus dez bacurinhos, aos sábados ele pegava o seu cavalinho Saúde, que de saúde só o nome, e ia na venda do seu Caetano, um homem gozador que tinha acabado de chegar da cidade e comprado a venda do seu Quinzinho. Zé da grota amarrou seu cavalinho na porta da venda e foi logo pedindo:
                   - Seu Caetano por favor eu queria cem grama di arpiste pa modi meus passarin cumê e...
Antes que ele continuasse seu Caetano interrompeu dizendo:
                    - Pera lá seu Zé, pra eu te vender alpiste o senhor tem que trazer seus passarinhos aqui pra me provar que tem passarinho certo, ai eu te vendo.
 Zé da grota não entendeu nada, mas mesmo assim foi pegar os passarinhos. Voltando na venda seu Caetano vendeu o alpiste a perguntou:
                     - Mais alguma coisa seu Zé?
Seu Zé já desconfiado foi pedindo:
                     - Eu queria um cadinho de minduim e farim de mandioca pa modi faze uma paçoca e...
seu Caetano interrompeu de novo dizendo:
                     - Pera ai pera ai seu Zé pra eu te vender isso o senhor vai ter que trazer aqui o seu pilão certo?
Seu Zé da grota veio arrastando o pilão e colocou na frente do seu Caetano e falou:
                      - Tá ai o pilão
Foi assim a manhã toda, trazer a galinha pra poder vender o milho, a Mariazinha pra vender uma fita, o Joãozinho pra vender uma butininha. Seu Caetano gargalhava quando seu Zé da grota ia buscar alguma coisa, foi ai que seu Zé da grota entrou na venda com uma caixa de sapato e falou para o seu Caetano:
                       - Seu Caetano, infia as mão na caixa.
Seu Caetano recusou dizendo:
                        - Eu não, vai que tem uma cobra ai !!!
Seu Zé da grota garantiu que não e seu Caetano enfiou a mão e parou de rir na hora, então seu Zé da grota deu uma puxada no seu cigarrinho de palha, cuspiu no chão e disse:
                        - Agora o sinhô me vê purfavô cinco rolo de paper higiênico...
É paciência de caipira tem limite sô.

terça-feira, 15 de março de 2011

Casa do violeiro em Cachoeira Paulista

  
Tome moda...

Casinha simples pra receber os amigos

                                      
Meu irmão serginho sempre de pé e a ordem
Ótimo violeiro
Dona Ruth Guimarães apreciando as modas

Meu amigo Membro da academia cachoeirense de
letras ( ACLA ) Jurandir Rodrigues, ótimo poeta

domingo, 13 de março de 2011

Causo do bisorrão chifrudo

      Rubão era um violeiro mais ou menos, para as festas nos arraia quebrava o galho, apesar de não ser um eximio violeiro ele era chamado pra tocar nas festas da região. Certo dia após tocar em uma festa até a madrugada, ele foi convidado a posar na casa do coronel Tenório, homem muito bom e muito religioso.
      Rubão lavou os pés, tomou um copo de leite com farinha de milho colocou a sua violinha com cuidado numa cadeira na cozinha fez suas orações inclusive pra são Gonçalo e foi se deitar. Altas horas da madrugada um bisorrão daqueles chifrudo resolveu entrar dentro da violinha do Rubão, conforme ele ia andando nas cordas ia enrroscando os chifrinhos nelas e ia sem querer tocando a violinha. Dona Mariquinha esposa do coronel levantou para fumar um paieiro e escutou aquele toque na cozinha, viu o Rubão roncando na rade e a viola soltando som na cozinha, como dizem que viola de violeiro que faz pacto com o coisa ruim toca sozinha, dona Mariquinha soutou um "valei me Nossa Senhora da Aparecida" e jogou um balde de água benta no Rubão e falou - Credo em cruz violeiro do capeta não entra mais em minha casa . Coronel Tenorio saiu dando tiro e rezando um creio em Deus pai, Rubão saiu correndo arrebentano mourão e cerca pelo caminho e depois disso nunca mais Rubão guardou sua violinha sem capa e apesar de não tocar muito bem pegou a fama de ter feito o tal acordo com o cramulhão.